segunda-feira, 17 de maio de 2010

"FORAGIDOS"


As vezes me sinto andando em uma corda bamba ... pisando com cuidado e com os sentidos aguçados para não cair.
De onde estou pouco posso fazer ... a não ser esperar que o tempo mude ... que a corda não balançe mais do que calculei ... que eu possa chegar ao outro lado sem surpresas difícieis!
Não é fácil caminhar com elegância nesse pequeno espaço ... é perigoso bailar sob o olhar do abismo ... é difícil caminhar assim sem ter a tensão como companheira constante!
Mas ainda estou viva e acredito que a corda não balança mais do que o necessário para que eu possa aprender a me equilibrar na sua ínfima espessura ... mas como sigo olhando para a linha do horizonte e com o amor ao meu lado ... os passos que a princípio eram incertos e difícieis ... ficaram tranquilos e firmes.
Acredito no amor como bússola divina ... que nos sinaliza um caminho seguro ... nem sempre o mais fácil ou o mais tranquilo ... mas sempre o mais certo para alcançarmos a felicidade. Acredito na vida como presente divino ... oportunidade ímpar para compartilhar alegrias ... aprender com o outro ... se perceber humano!
Silêncio ... tudo está tranquilo ... todos dormem ... e é tão bom sabê-los perto ... é tão bom ter a família ao redor ... a casa está calma ... como a rua de poucos carros e raro movimento...
Falta pouco para as indefinições cessarem ... para a luta mudar de forma ... para compartilhar melhor a alegria ...
Enquanto isso continuamos esperando ... nos equilibrando no leve balançar da corda ... que testa nossa coragem e nosso equilíbrio em atravessá-la...
Do outro lado a esperança nos espera!!



O SONHO

Clarice Lispector

"Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas."



Namastê!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

"FORAGIDOS"


Maio chegou ... mais um mês ... menos um mês ... e lá vou eu navegando pelas belezas postadas na rede ... me alimentando daquilo que gosto e que me faz bem!
Notando a delicadeza de formas ... da força de tons ... da harmonia de sons ... buscando coisas que façam minh'alma vibrar como cordas de um violino ...
Aos cinquenta ... quero iluminar minha mente com coisas belas ... me deleitar de esperanças ... me surpreender com simples detalhes ... me lambuzar da magia que há na harmonia das coisas ... me fartar de imagens deslumbrantes ... de fotos magníficas ... de pinturas fantásticas ... de lindas poesias ... de crônicas interessantes ... de músicas que transportem ... que alegrem ... que encantem!!
Quero perceber a beleza das pequenas coisas ... gastar um tempo em admira-las ... degustá-las ... perder-me em absorver a energia benéfica que as belas coisas possuem ... entender a grandeza do homem face a simplicidade de gestos que traduzem uma imensidão de coisas mágicas!
Quero poder ser eu mesma ... sem causas ... sem lutas ... sem articulações ... simplesmente ser ... permitir que Simone viva por ela mesma ... não só por aquilo que gosta ... que deseja ... que espera ... mas por aquilo que a traduz enquanto pessoa, pelas pequenas coisas que dizem quem somos.
Que a Simone que foi filha e mulher possa viver e compartilhar com a que é mãe e esposa ... que possam se reencontrar sem mágoas ... que possam se perdoar sem culpa ... possam finalmente ser uma só!
Enquanto isso ... lá vou eu navegando pelas belezas postadas na rede ... torcendo para que o milagroso Tempo nos reúna em breve!!



ORAÇÃO DO TEMPO

Caetano Veloso.

"És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo Tempo Tempo Tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo Tempo Tempo Tempo

Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo Tempo Tempo Tempo
Entro num acordo contigo
Tempo Tempo Tempo Tempo

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo Tempo Tempo Tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo Tempo Tempo Tempo

Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo Tempo Tempo Tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo Tempo Tempo Tempo

Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo Tempo Tempo Tempo
Quando o tempo for propício
Tempo Tempo Tempo Tempo

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo Tempo Tempo Tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo Tempo Tempo Tempo

O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Apenas contigo e migo
Tempo Tempo Tempo Tempo

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Não serei nem terás sido
Tempo, Tempo, Tempo, Tempo

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo, Tempo, Tempo, Tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo, Tempo, Tempo, Tempo

Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo Tempo Tempo Tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo Tempo Tempo Tempo"


Namastê!

sábado, 17 de abril de 2010

"FORAGIDOS"


Adoro poesia ... ... ouvir o ritmo das palavras ... perceber a harmonia dos sons ... mesmo quando desarmônicos ...
Os poetas transformam a vida em palavras encantadas ... descobrem a magia das nuances verbais...
Transformam em código poético ... as cores ... imagens ... sons ... perfumes ... sabores ... amores!!
Só os poetas falam com as estrelas ... e só a eles elas respondem ... numa cumplicidade só permitida ... aos que possuem magia na alma!
Ela traduz ... transporta ... transcende ... eleva o espírito ... os sentimentos ... inspira sonhadores!!
A poesia é amor ... dor ... doçura ... força ... sedução ... emoção ... paixão e fúria!
Poesia é a palavra encantada ... na boca de um encantador de corações!!


"Motivo"

CECÍLIA MEIRELES

"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada."



"De tanto esperar, me veio a ilusão"

HILDA HILST

"De tanto te pensar, me veio a ilusão.
A mesma ilusão
Da égua que sorve a água pensando sorver a lua.
De te pensar me deito nas aguadas
E acredito luzir e estar atada
Ao fulgor do costado de um negro cavalo de cem luas.
De te sonhar, tenho nada,
Mas acredito em mim o ouro e o mundo.
De te amar, possuída de ossos e abismos
Acredito ter carne e vadiar
Ao redor dos teus cismos. De nunca te tocar
Tocando os outros
Acredito ter mãos, acredito ter boca
Quando só tenho patas e focinho.
De muito desejar altura e eternidade
Me vem a fantasia de que Existo e Sou.
Quando sou nada: égua fantasmagórica
Sorvendo a lua n'água."


"Amo a recordação daqueles tempos nus"

BAUDELAIRE

"Amo a recordação daqueles tempos nus
Quando Febo esculpia as estátuas na luz.
Ligeiros, Macho e fêmea, fiéis ao som da lira,
Ali brincavam sem angústia e sem mentira,
E, sob o meigo céu que lhes dourava a espinha,
Exibiam a origem de uma nobre linha.
Cibele , então fecunda em frutos generosos,
Nos filhos seus não via encargos onerosos:
Qual loba fértil em anônimas ternuras,
Aleitava o universo com as tetas duras.
Robusto e esbelto, tinha o homem por sua lei
Gabar-se das belezas que o sagravam rei,
Sementes puras e ainda virgens de feridas,
Cuja macia tez convidava às mordidas!

Quando se empenha o Poeta em conceber agora
Essas grandezas raras que ardiam outrora,
No palco em que a nudez humana luz sem brio
Sente ele n'alma um tenebroso calafrio
Ante esse horrendo quadro de bestiais ultrajes.
Ó quanto monstro a deplorar os próprios trajes!
Ó troncos cômicos, figuras de espantalhos!
Ó corpos magros, flácidos, inflados, falhos,
Que o deus utilitário, frio e sem cansaço,
Desde a infância cingiu em suas gases de aço!
E vós, mulheres, mais seráficas que os círios,
Que a orgia ceva e rói, vós, virgens como lírios,
Que herdaram de Eva o vício da perpetuidade
E todos os horrores da fecundidade!

Possuímos, é verdade, impérios corrompidos,
Com velhos povos de esplendores esquecidos:
Semblantes roídos pelos cancros da emoção,
E por assim dizer belezas de evasão;
Tais inventos, porém, das musas mais tardias
Jamais impedirão que as gerações doentias
Rendam à juventude uma homenagem grave
- À juventude, de ar singelo e fronte suave,
De olhar translúcido como água de corrente,
E que se entorna sobre tudo, negligente,
Tal qual o azul do céu, os pássaros e as flores,
Seus perfumes, seus cantos, seus doces calores."


"É fácil trocar as palavras"

FERNANDO PESSOA

"É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!

Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo."





Namastê!

domingo, 11 de abril de 2010

"FORAGIDOS"


Pesquei essa foto do Blog da Marina ... minha filha ... que resolveu se aventurar nos caminhos de compartilhar coisas boas ... escrever coisas interessantes ... brincar com as cores ... letras ... sons ... fotos ... estimular o paladar ... e tudo aquilo que nos alegre a vida ... que nos faça perceber o milagre de estarmos vivos ... de poder nos fartar ... da beleza harmoniosa que a vida nos oferece ...
Fiquei olhando enquanto ela montava o Blog ... e achei essa foto tão "gostosa" ... tão deliciosamente instigante ... deixou os meus olhos tão alegres em vê-la ... que resolvi compartilhar esse doce estímulo ... e me apropriei dessa beleza para enfeitar minha tela ...
Gosto de compartilhar o que é belo ... coisas que me remeta a emoções prazeirosas ... que me faça suspirar ... figuras harmoniosas ... que me tire por instantes da aspereza ... da finitude ... da velocidade ... em que a vida acontece.
Come-se com os olhos ... a alma degusta enquanto olhamos ... percebe sabores ... sem nem se provar ... alegra-se com as cores ... como criança ... estasiada ... pelo saboroso caleidoscópio.
Que a semana outonal que começa com sol ... traga boas vibrações ... que nos traga a inspiração para seguir jornada ... que nos traga a Fé que é alegre e esperançosa ... que nos estimule a compartilhar pequenos prazeres!!

Prazer de ver:



De degustar:



Perceber o fluir das águas ...






















A segurança do lar ...


















Vê a beleza das pequenas coisas ...



E das coisas antigas também ...


















Notar a beleza da falta de cor ...
















Das cores que colorem as ruas ...



Nos sabores que encantam o dia ...























E na natureza que resume a perfeição das coisas simples!!



















Essas fotos formam um poema visual ... é uma expolsão harmoniosa ... de beleza e alegria ... o encanto da plasticidade das coisas ... que nos fazem gerar emoções mágicas ... de conforto ... de aconchego ... de amor pelo belo ... pela vida ... que explode a cada monento ... se reinventando ... e nos convidando para compartilhar com ela ... do banquete das delícia do existir!!!!

Marina Morena: ( http://www.culturaeafrodisiaco.blogspot.com )
Fotos: ( www.flickr.com )

Namastê!

quarta-feira, 31 de março de 2010

"FORAGIDOS"


A chuva cai de fininho ... e compõe uma música prória ...
De um céu fluidificado ... gotas caem mansamente...
Enquanto a noite caminha ... silenciosa!!
Do que será que gosto?



Do Que Gosto?

Gosto...
Do cheiro de mar...
De ler na madruga...
Do som das palavras...
Do riso dos filhos!!

Do amor pela manhã...
Brincar de juntar letrinhas...
De comer como quem ora...
De ver meu peixinho nadar!!

Gosto do verde esmeralda...
Da harmonia das coisas...
Do Rock, Pop, Jazz...
Também gosto de Blues...

Gosto das cores e formas...
De sabores diversos...
Do contorno das nuvens...
Da família por perto!!

Gosto de ser libriana...
De ver filmes bacanas...
Navegar na internet...
Deixar o tempo correr!!

Gosto do som da chuva...
Do silêncio da noite...
Do cheiro dos livros...
Do gosto do acarajé!!

Dos doces coloridos...
Dos sapatos de salto...
Gosto de vinho tinto...
E gosto do meu Bonsai!!

Gosto de ter espaço...
Gosto de ficar comigo...
Gosto da alegria doméstica...
Gosto de fotos bonitas!!

Gosto de gostar da família...
De trabalho pensante...
De escrever o que sinto...
Gosto da luz do luar!!

De Uva, Maçã, Ameixa...
De doces suaves...
De cheiros agradáveis...
Gosto de gostar de gostar!!






















Namastê!

segunda-feira, 29 de março de 2010

"FORAGIDOS"


Lua ... Linda ... Cheia!
Em torno de ti ... uma névoa!
Brincas de esconde esconde ...
Me chama pra vê-la passar ... pelo céu!
Linda ... Cheia ... Lua!
Navega tranquila ... clareando o espaço ... andando brejeira ...
Por entre nuvens ... de algodão queimado!
Uma brisa mansa passa por mim ...
Penso ...
- Passo pela vida como o vento ...
Simplesmente passo ... não permaneço ...
Tudo está sempre mais a frente ... em movimento ...
Então sigo ... como um sopro morno ... sem direção!



O difícil de se ser como o vento ... é sempre estar ... mas nunca permanacer ...
Continuamente de passagem ... absorvendo ... observando ... mas não se ligando a quase nada ...
Pairando ... perpassando ... sem nunca se fixar!
Ser como o vento é se sentir presente ... mesmo que seja por instantes ...
É ver sem ser visto ... seguir sem rumo definido ... sempre ao sabor do tempo!
Estou ... mas nunca me vêem ... e quando vêem já caminhei ...
As vêzes tempestade ... as vêzes calmaria ...
Sou como o vento ... oi ... tchau ... passei!


LINDA ... LUA ... CHEIA!


Namastê!

sexta-feira, 26 de março de 2010

"FORAGIDOS"


"A vida é líquida" ... diz Hilda Hilst!
E como o tempo, passa por entre os dedos ... sem se prender ... Escorre ... ora veloz ou lentamente ... mais sempre fluida, impalpável, inatingível!
Se esvai ... e se recompõe, num bailar delicado ou forte conforme o volume com que flui ... através de nós!
Tanto quanto a água que escorre entre os dedos e o tempo que não para de correr... a vida segue ... as vezes insolúvel e intangível ... outras translucida ou opaca ... dependendo do que se agregue a ela ... no decorrer dessa viagem insólita ... que é viver!
"A vida é líquida!"



"ALCOÓLICAS"

Hilda Hilst

"É crua a vida. Alça de tripa e metal.

Nela despenco: pedra mórula ferida.

É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.

Como-a no livor da língua

Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me

No estreito-pouco

Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida

Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.

E perambulamos de coturno pela rua

Rubras, góticas, altas de corpo e copos.

A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.

E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima

Olho d'água, bebida. A Vida é líquida."

(Alcoólicas - I)


"Também são cruas e duras as palavras e as caras

Antes de nos sentarmos à mesa, tu e eu, Vida

Diante do coruscante ouro da bebida. Aos poucos

Vão se fazendo remansos, lentilhas d'água, diamantes

Sobre os insultos do passado e do agora. Aos poucos

Somos duas senhoras, encharcadas de riso, rosadas

De um amora, um que entrevi no teu hálito, amigo

Quando me permitiste o paraíso. O sinistro das horas

Vai se fazendo tempo de conquista. Langor e sofrimento

Vão se fazendo olvido. Depois deitadas, a morte

É um rei que nos visita e nos cobre de mirra.

Sussurras: ah, a vida é líquida."

(Alcoólicas - II)


"E bebendo, Vida, recusamos o sólido

O nodoso, a friez-armadilha

De algum rosto sóbrio, certa voz

Que se amplia, certo olhar que condena

O nosso olhar gasoso: então, bebendo?

E respondemos lassas lérias letícias

O lusco das lagartixas, o lustrino

Das quilhas, barcas, gaivotas, drenos

E afasta-se de nós o sólido de fechado cenho.

Rejubilam-se nossas coronárias. Rejubilo-me

Na noite navegada, e rio, rio, e remendo

Meu casaco rosso tecido de açucena.

Se dedutiva e líquida, a Vida é plena."

(Alcoólicas - IV)


"Te amo, Vida, líquida esteira onde me deito

Romã baba alcaçuz, teu trançado rosado

Salpicado de negro, de doçuras e iras.

Te amo, Líquida, descendo escorrida

Pela víscera, e assim esquecendo

Fomes

País

O riso solto

A dentadura etérea

Bola

Miséria.

Bebendo, Vida, invento casa, comida

E um Mais que se agiganta, um Mais

Conquistando um fulcro potente na garganta

Um látego, uma chama, um canto. Amo-me.

Embriagada. Interdita. Ama-me. Sou menos

Quando não sou líquida."

(Alcoólicas - V)


"A vida é líquida!!!!"


Namastê!