quinta-feira, 1 de maio de 2008

FORAGIDOS




01/05/08

Olá! Saudades!
Mais um feriado, mais um dia em que tentamos nos confraternizar, cuidar da família, ter fé no futuro, parecer humanos...
Fiquei esse tempo pensando como contar essa história, como dizer como cheguei até aqui.
Então me lembro de versos de Ferreira Gullar...



TRADUZIR-SE
"Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte
estranheza e solidão.


Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
_ que é uma questão
de vida ou morte _

será arte?"


Traduzir-me, eis a questão!
Criar um caminho harmonioso, dentro do turbilhão de emoções que sinto, para que surja a idéia salvadora que me transportará para campos mais floridos e com alegrias mais duradouras.
Fico imaginando como começar essa história sem ser piegas; é uma história de amor e impregnada de sonhos, planos, esperanças que se arrastam até hoje sem se cumprirem, por vivermos a vida pelo lado de fora da própria vida.
Esperar, esperar, esperar; sou PHD em esperar, em acreditar que um dia poderemos fazer tudo que sonhamos juntos, interagindo com o mundo de forma plena ... o mundo que pulsa do lado de fora da minha janela ... enquanto aqui o movimento é lento, às vezes tediosamente monótono, mas é uma forma de fortalecermos as certezas e de vencer a mim mesma, a minha pressa, a ansiosa sede de viver, a entrada da menopausa, e com isso um aumento na importância tempo.
Existe algo que me empurra, mas há algo mais forte que me prende e vou tentando compreender qual é a resposta certa, para essa minha vida que ora pondera e ora delira!
De certo só o amor, esse sentimento que cuida, protege, aninha; e que tem nos mostrado o caminho certo, mesmo que longo e pedregoso, para que servisse de aprendizado, mas sempre na direção certa; a da esperança que sinaliza com um leve aceno, tímido, mas real.
Tem sido dias de exercício de Fé, de espera pelo momento oportuno, que nos leve na direção do equilíbrio!
Tem sido dias de auto conhecimento, nem sempre agradável, mas necessário ao crescimento, dias de vida em família e troca de amizade e amor, dias de explosões de sentimentos, de medo e apatia pela espera que se arrasta, mas ainda estamos juntos e gostamos de vivermos juntos, então algo me diz que estamos no caminho certo.

Namastê!