sábado, 16 de maio de 2009
"FORAGIDOS"
MARIA AUGUSTA CARNEIRO, GUTA; PARA MIM SEU NOME SEMPRE FOI ESPERANÇA!
Uma doce emoção toma meu peito, uma mistura de saudade e orgulho por ter te conhecido, por ter podido partilhar pequenas esperanças com você.
Você sempre foi SOLIDARIEDADE, Amizade, Afeto, Cuidado, Coragem, Resistência, Esperança, Honradez, e principalmente Mãe.
Siga em paz, e contigo leve meu respeito, minha amizade e meu eterno carinho; fico feliz por ter conhecido um ser humano tão especial e humilde como você.
A militância pelos Direitos Humanos ficará mais pobre sem a sua presença doce e digna, que balizava ações éticas e justas para proteger a cidadania daqueles que foram colocados à margem do caminho.
GUTA; TE AMAMOS!!
Essa é para tu ouvir, onde tu estiver!
O Que Foi Feito Devera
Milton Nascimento / Fernando Brant / Márcio Borges
"O que foi feito amigo
De tudo que a gente sonhou?
O que foi feito da vida?
O que foi do amor?
Quisera encontrar
Aquele verso menino que escrevi
Há tantos anos atrás
Falo assim sem saudade
Falo assim por saber
Se muito vale o já feito
Mais vale o que será
E o que foi feito é preciso conhecer
Para melhor prosseguir
Falo assim sem tristeza
Falo por acreditar
Que é cobrando o que fomos
Que nós iremos crescer
Outros outubros viram
Outras manhãs plenas de sol e de luz."
Saudade!
Vai amiga, vire anjo e nos conduza!
Namastê!
quarta-feira, 13 de maio de 2009
"FORAGIDOS"
Mais um dia de sol, daqueles que lembram a infância, o cheiro de mar, dia de claridade e luz.
Tempo claro que nos faz sentir aquecidos, que nos dá energia, que nos impele para vida, que nos guia como viajantes que somos sem dia ou hora certa de aportar. Até agora todos os portos continuam fechados para nós, um "cordon sanitaire" nos mantém afastados da vida, da energia, da alegria de compartilhar com o mundo; o farol e o porto ainda é só miragem, mas a claridade antes difusa agora se alegra e se mostra mais nítida, fazendo-nos sonhar com caminhos mais claros e navegar por águas mais tranquilas.
A vida de foragido é tensa e estressante, a espera por uma definição de rumos faz a adrenalina ser constante, mas continuo acreditando, tendo fé, que no final, a nau perdida alcançará seu porto e a família poderá enfim compartilhar com os amigos a alegria de viver em liberdade.
Viva 13 de Maio!!!
E salve os Poetas Brasileiros!
Heróis da Liberdade
Silas de Oliveira/ Mano Décio da Viola/ Manoel Ferreira
"Passava noite, vinha dia
O sangue do negro corria
Dia a dia
De lamento em lamento
De agonia em agonia
Ele pedia o fim da tirania
Lá em Vila Rica
Junto ao largo da Bica
Local da opressão
A fiel maçonaria, com sabedoria
Deu sua decisão
Com flores e alegria
Veio a abolição
A independência
Laureando o seu brasão
Ao longe soldados e tambores
Alunos e professores
Acompanhados de clarim
Cantavam assim
Já raiou a liberdade
A liberdade já raiou
Essa brisa que a juventude afaga
Essa chama
Que o ódio não apaga pelo universo
É a evolução em sua legítima razão
Samba, ó samba
Tem a sua primazia
Em gozar de felicidade
Samba, meu samba
Presta esta homenagem
Aos heróis da liberdade
Ô, ô, ô, ô Liberdade senhor!"
E ainda sem retomar a história que comecei contar...
Poesia e Poetas... Portugueses.
A Geração Nova
Sampaio Bruno (Trecho final)
"Vamos: sacudi-vos, reanimai-vos; espertai esse sangue; abri essa alma; bebei o ar divino; vivei! Não vos arreceeis do futuro; e, por ele, tende confiança em vós, que de anões que sois, vos tornareis gigantes; sob os pulmões tísicos de agora, se vos afigurará leve aço glorioso de que se vestem os heróis. Inpirai-vos dos vossos antepassados; recordai que o mugente infinito Oceano, que o mytho povoará de mostros, pelo terror denominado o mar tenebroso, nas suas águas benditas os levou à sagrada terra-mãe da raça, onde o homem aprendeu, nas estrelas do céu, nas tintas das flores, a soletrar o ideal, espiando-o na miríade das formas germinadoras.
Com eles eia,eia! Saltai para dentro da nau impaciente. Já o vento enfuna as velas; a vaga espadana, espumando, ciosa de se submeter.
Levantai o ferro; ao largo; entregues a Deus, parti intemeratos, a alegria nos lábios, que convosco em boa hora vá singrando a fortuna da pátria! Levantai o ferro, desfraldai o pavilhão no topo do mastro grande, coragem! Ao largo, ao largo, parti."
***
Uns Versos Quaisquer
Fernando Pessoa
"Vive um momento com saudade dele
Já ao vivê-lo . . .
Barcas vazias, sempre nos impele
Como a um solto cabelo
Um vento para longe, e não sabemos,
Ao viver, que sentimos ou queremos . . .
Demo-nos pois a consciência disto
Como de um lago
Posto em paisagens de torpor mortiço
Sob um céu ermo e vago,
E que nossa consciência de nós seja
Uma cousa que nada já deseja . . .
Assim idênticos à hora toda
Em seu pleno sabor,
Nossa vida será nossa anteboda:
Não nós, mas uma cor,
Um perfume, um meneio de arvoredo,
E a morte não virá nem tarde ou cedo . . .
Porque o que importa é que já nada importe . . .
Nada nos vale
Que se debruce sobre nós a Sorte,
Ou, tênue e longe, cale
Seus gestos . . . Tudo é o mesmo . . . Eis o momento . . .
Sejamo-lo . . . Pra quê o pensamento? . . ."
***
"O absoluto é dos poetas e o relativo da ciência. O sábio observa, analisa, decompõe; o filósofo generaliza, dá conjunto; o poeta dá o significado anímico das coisas, a sua própria natureza."
O Homem Universal
Teixeira Pascoaes
Namastê!
terça-feira, 12 de maio de 2009
"FORAGIDOS"
Venho escrevendo como se estivesse escrevendo em um caderno de anotações, em um moleskine, sem a percepção que outras pessoas lêem o que escrevo.
Não sou blogueira, só passo o tempo arrumando palavras e fotos para que o tempo seja utilmente preenchido, por isso ainda não tinha me dado conta, das pequenas grandes regras de quem escreve; perdoem-me.
Tem um poeta de quem gosto, o Reinaldo Luciano; ele possui o blog CARDIOPOÉTICA, a quem devo desculpas, companheiro já coloquei as "aspas"; gosto muito sim da sua poesia, por isso vou colocá-la no meu blog, só que agora declamada por Érico Brás (ator).
AO SILÊNCIO
Reinaldo Luciano
"Não quero o silêncio culto e tácito
Das bocas caladas pelo medo;
Não quero ouvir os que choram
E os que lamentam em segredo...
Não quero minha voz embargada
Pela pressão silenciosa
Da solidão que não diz nada
E da razão que se faz muda...
Eu quero o mundo em polvorosa;
Quero a canção, quero o sorriso...
Quero gritar, se for preciso...
Não quero o silêncio assim imposto
Como um tapa que arde no meu rosto!
Eu quero o silêncio sim, mas quero ainda
Poder falar tudo o que sinta;
Poder sentir tudo o que fale...
Eu quero decidir quando me cale!
Não quero a minha voz presa no peito
Enquanto o mundo grita ao meu redor!
Eu quero decidir; é meu direito
E não lutar por ele é omissão!
Silêncio! Não consigo ouvir direito!
Há um barulho estranho no meu peito
E não parece ser meu coração!"
***
É estranho saber que me lêem e que estou interagindo com alguém diferente após tanto tempo...
Sem mais e ainda com dor...
Namastê!
"FORAGIDOS"
Nada tenho postado... Dor no nervo ciático.
A coluna está desconjuntada; dor do caçete, não dá para pensar...
Fui ao médico, agora será preciso me locomover, andar, chutar o sedentarismo, colocar a cabeça para fora e observar o mundo de perto; meu corpo começa a exigir movimento...
Como ainda não posso ficar muito tempo na mesma posição, então é conversa rápida, por isso é um oi e um tchau.
Vi um texto muito interessante na internet; de um rapaz em uma comunidade do Orkut (Avião também tem pneu), sobre "as mulheres mais cheias", vale a pena lê-lo; depois disso tenho mais é que ficar legal!!.
"Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.
Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.
As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas...
Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas,seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem,são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.
Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.
A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados,melhor.
As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas.. Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam conosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.
É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranqüila e cheia de saúde.
Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objetiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.
As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes.
Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico anado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.
Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (não se saboteia e não sofre); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.
Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.
Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!
A beleza é tudo isto."
Namastê!
segunda-feira, 4 de maio de 2009
"FORAGIDOS"
As vezes me sinto num cinturão de quarentena, um "cordon sanitaire", rodeada de uma indesejabilidade quase palpável.
A vida tem me oferecido muito motivos para duvidar do futuro, mas continuo tentando perceber a claridade difusa da esperança que a fé me permite ver.
Viver em contínua sensação persecutória é extresse puro, viver esperando o que não se sabe o que; é punk, mas tem forjado em nós uma certeza inabalável no que sentimos.
É amigos, falei uma grande bobagem, amar seja lá quem for é sempre uma tarefa prazeirosamente difícil, é sempre um salto no abismo, uma vertigem inimaginável.
Não importa se certinho ou não, qualquer um sofre uma transformação positiva quando é amado, o amor cura.
Amar é apostar no outro, é perceber-se bem ao seu redor...
Enquanto a inspiração luta bravamente contra o tédio... sigo lendo poesia... de Silvia Chueire, de Yeats e Sylvia Plath, ouvindo Adriana cantar...
A PALAVRA
Silvia Chueire
"a palavra em ângulo agudo
risco no ar
adaga
a descer sobre o homem
ferida à flor dos olhos.
voz letra
música
a palavra inevitável
II
a palavra a dizer(-se)
de algum lugar
ave a subir nas minhas mãos
a voar delas"
MAR
"cola a tua boca
no mar que sou
o sal e as ondas
derramadas.
ouves o marulhar
na respiração ritmada
que cresce
e desliza na praia?
às vezes é tudo tão azul
que ofusca."
QUEREIS MUITO
"quereis a palavra certa
na hora certa.
não apenas o metro correto,
a frase bem feita.
quereis o sangue,
a alma do poeta,
a vida curta a galopar
gargantas
— como se não custasse esforço
fingir que fingimos —
quereis a vida,
a árvore da vida.
não apenas o trajeto reto,
geometria exata.
quereis elipses, parábolas,
o sabor mais íntimo
a perpassar vocábulos.
— como se cada letra
não fosse gota derramada —
quereis o que não sei
se posso dar.
o segredo do olhar,
o frio que me corta a pele
antes que a palavra
se esfacele e arda
na fina folha
de cada momento.
— como se cada volta da caneta
não fosse hesitação —
quereis muito, senhores,
muito.
mais do que pode
a mão que escreve o poema.
mais do que pode
um simples coração."
O PRAZER DO DIFÍCIL
William Butler Yeats
Tradução: Augusto de Campos
"O prazer do difícil tem secado
A seiva em minhas veias. A alegria
Espontânea se foi. O fogo esfria
No coração. Algo mantém cerceado
Meu potro, como se o divino passo
Já não lembrasse o Olimpo, a asa, o espaço,
Sob o chicote, trêmulo, prostrado,
E carregasse pedras. Diabos levem
As peças de teatro que se escrevem
Com cinqüenta montagens e cenários,
O mundo de patifes e de otários,
E a guerra cotidiana com seu gado,
Afazer de teatro, afã de gente,
Juro que antes que a aurora se apresente
Eu descubro a cancela e abro o cadeado."
ESPELHO
Sylvia Plath
"Sou prateado e exato. Não tenho preconceitos.
Tudo o que vejo engulo no mesmo momento
Do jeito que é, sem manchas de amor ou desprezo.
Não sou cruel, apenas verdadeiro —
O olho de um pequeno deus, com quatro cantos.
O tempo todo medito do outro lado da parede.
Cor-de-rosa, malhada. Há tanto tempo olho para ele
Que acho que faz parte do meu coração. Mas ele
falha.
Escuridão e faces nos separam mais e mais.
Sou um lago, agora. Uma mulher se debruça
sobre mim,
Buscando em minhas margens sua imagem
verdadeira.
Então olha aquelas mentirosas, as velas ou a lua.
Vejo suas costas, e a reflito fielmente.
Me retribui com lágrimas e acenos.
Sou importante para ela. Ela vai e vem.
A cada manhã seu rosto repõe a escuridão.
Ela afogou uma menina em mim, e em mim uma velha
Emerge em sua direção, dia a dia, como um
peixe terrível."
Namastê!
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