quarta-feira, 8 de abril de 2009

"FORAGIDOS"


Minh'alma vagueia sobre a vastidão do universo...
Observando milênios e eras...
Minh'alma percorre a imensidão do mundo,
Vendo a perenidade de esguelha.
Minh'alma acredita, confia, tem fé...
No tempo, na liberdade, no amanhã...
E continuo a montar e a desmontar palavras...
Procurando uma certa sonoridade, uma estrura correta.
Sigo, cigarro aceso, noite alta, lua encoberta, céu sem estrelas...
Lembrando Florbela Spanca, finjo fazer versos, brinco com as palavras, enquanto no negrume celeste a lua luta entre pesadas nuvens para espiar o passar das horas.



"MINH'ALMA"

Minh'alma de sonhar-te perdeu-se na bruma do tempo,
Caminhou sem rumo entre rajadas de vento,
Encontrou os paredões da espera,
Vagou vazia em busca de alento.

Minh'alma de sonhar-te caminhou por vielas e becos,
Esbarrou em almas caidas, perdidas e em espiritos de luz,
Rompeu com a normalidade; mal sem remédio,
Confabulou com a dor, e com o fel do tédio.

Minh'alma de sonhar-te ri e chora,
Na rotina o coração anseia atento,
Enquanto o movimento da vida convida,
O agora é silêncio e recolhimento.
Minh'alma de sonhar-te ainda espera,
O milagre, a salvação , o livramento.

Minh'alma de sonhar-te alçou vôu e foi...
Alcançou os astros e as estrêlas,
Arrastou-se também sobre o chão,
Viu-se altiva e pequena,
Miragem, devaneio, pura ilusão.

Minh'alma de sonhar-te percorreu montes e vales,
Desceu ruas, virou becos, subiu lajes,
E sonhando sonhar-te a minh'alma
Virou luz, virou poesia, virou arte.

Namastê!

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