(Foto Eggz)
25/03/08
Olá, mais um dia, e paira sobre nós o céu que nos escuta.
Amigos, as nossas verdades não são imunes de pecados ou situações esdrúxulas, os contos fantásticos ficaram nas páginas dos livros de Monteiro Lobato, a vida; essa que nós vivemos; é a peleja contra aqueles que querem que nos envergonhemos de conjugar o verbo amar.
Boa Leitura!
Capítulo X
Nesse momento, enquanto escrevo posso sentir o cheiro de maresia, de salitre; impressionante a máquina que somos, e como podemos através de pequenas lembranças, ativar mecanismos que nos remetem a gostos cheiros, sons, imagens...
Posso ouvir o barulho do motor de polimento, vejo a prensa, os moldes, os baldes de cozimento, as caixas de broca de vários tamanhos; minha mãe com máscara no rosto curvada sobre o motor, dando brilho a uma dentadura. Ela era uma protética de mão cheia! Nestas lembranças percebo o quanto eu a am0.
Sinto em meu peito emoções duais, quando relembro e percebo que somos de tudo um pouco; frágeis, fortes, loucos, sãos, triste, alegre, falsos, verdadeiros; somos um caleidoscópio, sempre multifacetado, sempre se reinventado em cores e formas diferentes. Uma sincronia perfeita num invólucro tão frágil!
Minha primeira aventura literária aos doze anos, foi interessante, eu gostava de fazer poesias e o meu tio as colocava no jornal ‘A Tarde’, em Salvador, me lembro do nome de uma, ‘A Noite’, eram poesias bobas, mas era legal ver o incentivo dele ao meu trabalho, ele já chegava do Rio de Janeiro, de férias, querendo saber se eu continuava escrevendo, era bom se sentir admirada, com aquela idade me sentia importante; quem sabe um dia ainda vou relê-las; todo jornal tem arquivo, né?
Calçada, Bom Fim, Monte Serrat, Boa Viagem, Largos do Papagaio, da Madragoa, Porto dos Tainheiros, Ribeira, Rua do Fogo; eu vivia no mar, praia de Bogari; nós morávamos na transversal da Avenida Beira Mar, rua da praia, e da minha porta via o ‘marzão’ e o horizonte!
Cheiro de salitre, maresia; cheiros, que nunca saíram de mim.
Primário na Escola Dois de Julho; professora Yêda, minha primeira professora e dona do colégio; além de vizinha. Era parede e meia com a minha casa; época de leitura, ditado, tabuada, redação e conjugação verbal; era obrigatório; chegávamos, cantávamos o hino nacional e íamos para sala; primeiro, leitura, depois redação e ditado; recreio; recomeçávamos por outra matéria; ciências, geografia...; e no final a pérola; conjugação verbal. O dia seguinte começava com tabuada e ia a manhã toda; números, números, números. Sempre era assim, um dia começava com português, outro com matemática, conjugação verbal, sempre, além de sabatinas semanais.
Passei no exame de admissão com facilidade, apesar de estar com o braço quebrado e ter que fazer prova oral. Era a segunda vez que quebrava o braço, a primeira foi com uns sete anos; no aniversario da Suzana, filha de minha prima. Logo que cheguei na festa não passou dez minutos e me chamaram para brincar no playground, mais quinze minutos depois, uma outra prima pequena , mas gorda , sentou no meu braço; foi “crác”, na hora! Fiquei em pânico, não tinha nem meia hora e eu já estava de braço quebrado, minha mãe ia falar muuuito!! Por isso, passei a festa toda fugindo dela, pelos cantos até a hora dos parabéns, quando ela finalmente me achou e me puxou em direção à mesa; quase desmaiei de dor. A festa já era, fui para o pronto socorro em baixo de “exporro” por todo o trajeto, por ter ficado sem avisar, deixando o braço com um roxo azulado.
A segunda com uns dez anos; dias antes do exame de admissão para o ginásio; um “vestibularzinho” que os alunos do primário faziam para ingressarem no ginásio; fui passar um final de semana na casa de tia Ana, uma prima que minha mãe considerava tia. Ela morava na Liberdade, a casa ficava no topo de uma ladeira; logo que cheguei uma das netas dela me chamou para ir à casa de um tio que morava na parte de baixo; e lá fui eu pulando e chutando lata, quando tropecei numa pedra e desci rolando ladeira abaixo, só parando no lado de uma caçamba de lixo; quando levantei toda suja, tinha um fundo de garrafa de cerveja presa no braço; resultado quinze pontos e um braço no gesso por trinta dias; fui para prova oral!
Namastê!
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